terça-feira, 29 de novembro de 2011

Zero

Via seu próprio reflexo na água,o semblante pesado e os olhos murchos,feições que não faziam justiça a idade que tinha.Mal tinha nascido o sol pegara dois baldes imensos como fazia todas a manhãs e caminhava para o rio em busca da água que abasteceria sua família pelo resto do dia .Já nem prestava atenção mais,seu corpo já sabia os pessoas que deveria dar,que deveria desviar daquele galho traiçoeiro na entrada do bosque,que deveria ter cuidado redobrado ao pisar nas pedras na descida para o leito rochoso por onde passava o rio.Unica fonte de agua nas redondezas,o rio Azul ficava escondidinho no meio de um bosque de eucaliptos,que se erguiam aos céus ,numa imensidão verde até onde os olhos cansados de Bern poderiam ver.Assim o fazia todas as manhãs,e assim o fizera hoje ,um dia normal como todos ,um dia a mais na vida de um garoto forçado a ser mais velho do que realmente era.Acordara antes do sol,se dirigira ao bosque em busca da água - e talvez de um ou outro peixe incauto que encontrasse encalhado nas rochas no fundo do rio - teria ainda de voltar a vila a fim de preparar a refeição de seu velho avô,continuar a semeadura da pequena porção de terra que possuíam,alimentar os animais,levar a produção da semana passada ao entreposto(se o velho cavalo,o único que possuíam,estivesse curado de todos os mal-estares que lhe assolavam ultimamente) .Todos esses pensamentos lhe corriam a cabeça,como se nem fossem pensamentos.Era o que tinha de fazer,não havia muito de se pensar sobre isso,não haviam-lhe escolhas ,dilemas ou duvidas.Tudo o que tinha era a certeza daquele que só tem como ambição a sobrevivência.Sobrevivia.Era isso o que fazia.Até aquele dia .

Desde pequeno Bern vivera sob a tutela de seu avô,um homem grande ,de ombros largos e barba longa cujo passado era pouco conhecido mas muito especulado .Uns diziam que fora um guerreiro no front oriental durante a guerra dos 200 anos,outros por sua vez tinham absoluta certeza que ele era apenas um louco que nunca visitava a família.Por coincidência do destino,ou para sorte de Bern,Lothar já um velho barbudo no ultimo quarto de seu tempo de vida aparecera de volta a vila,sob o pretexto de saudades de seu velho filho,justamente uma semana antes deste ser encontrado morto,afogado no leito do mesmo rio o qual seu filho hoje visita todas as manhãs.
Muito suspeitara-se de uma ligação entre a visita de Lothar e a morte de Berehus,mas nunca descobriu-se nada exato sobre o fato e o homem também não sem importara em explicar nada a ninguém.Demonstrara no entanto,enorme interesse pelo neto,ainda uma criança de colo órfã de mãe quando o conheceu.Desde então tomou para si o dever de tutelar o jovem Bern,sempre de maneira muito rígida quase militar,como se o preparasse para algum evento futuro.

Exatamente dezesseis anos ,dois meses e três dias após conhecer seu avô ,estava Bern no exato leito de morte de seu pai,não que pensasse nisso nos dias de hoje, incumbido da árdua tarefa de encher os 2 galões enormes de água ,trazendo tudo de volta derramando o minimo possível e no menor tempo possível.Mal tinha terminado de encher o primeiro e algo passou acima de sua cabeça projetando uma enorme escuridão bosque a dentro,tudo o que vira era um enorme vulto negro riscando o céu e a enorme rajada de vento que lhe acompanhou, balançando e vergando os velhos pinheiros a sua volta.Extremamente confuso e atordoado pelo evento que se passara Bern ficara cercado pelo silencio do bosque novamente e sem encontrar um explicação plausível para o ocorrido decidira voltar novamente ao trabalho com os baldes.Mas não por muito tempo.Enquanto enchia o ultimo recipiente ouviu um barulho a distancia,primeiro gritos e algo que lhe lembrava o bater das asas de um pássaro porém muito maior.Tão logo deu-se por si de que algo estava se passando no vilarejo ouviu um enorme estrondo,um som indescritível como se o céu tivesse desabado sobre a terra a soterrando debaixo de todos os seus astros.Os gritos cessaram e o farfalhar de asas que ouvira antes também,tudo o que sentia era uma enorme onde de calor,sua mente confusa imaginava sua casa soterrada por um sol caído,uma bola de fogo incandescente de tamanho incalculável.

De imediato saiu correndo em direção ao vilarejo,deixando para trás os baldes e o peixe que havia capturado,buscando entender o que se passava lá.Desviou-se de todos os galhos e troncos caídos da floresta com uma habilidade extra-humana,que nunca percebera ter ,pulando sobre rochas e valas até as duas enormes arvores que compunham um portão natural para o bosque.Ao chegar finalmente em campo aberto avistou no horizonte uma linha de fumaça e aquilo que conhecia como casa totalmente tomada pelo fogo e destruição,como se realmente o sol tivesse despencado sobre o pobre vilarejo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Em mim há um velhinho
que distribui migalhas 
às palavras que em minha mente vem pousar. 
És minha companheira.
de todas,és primeira.
Na noite amarga
és tu quem me afaga.
Quanto tão sozinho,
tenho teu carinho.

Que seria de mim nessa prisão
sem minha amada,solidão.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

The end of an age

This is the end of the age
it is time for things to change.
What you thought was right
now is wasted.
Witness the end of everything you're a part
Watch it,as your whole world falls apart.

But with the end comes the beginning
Everything's like a circle
The end will bring a new place to start.

After the end,there's the absence
the age without innocence.
After the end,the horizon is empty
but you are free to paint on it.

The end will bring you a new chance.
This is the end of this age.


sábado, 22 de outubro de 2011

Rip the flesh from the bone,
erase this empty existence
Kill me cause my soul is gone

kill me
cause my heart is missing

In my very end,when im set free
No valkyrie will come for me.

kill me,
cause im already dead

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Policia !
Pega ladrão !
Peguem aquela mulher que roubou meu coração.

domingo, 18 de setembro de 2011

Morrera o paciente,
Afogou-se em solidão
Nadando em um mar de gente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ah existência sofrida
tantos eus fui em minha vida
andei tanto por essa cidade
que já nem lembro quem sou de verdade.

As mulheres que amei
partiram
As flores que plantei
murcharam
Os velhos amigos
já nem conheço

Ah destino
tantos amores
amigos e flores

tanto andei por aí
que hoje acredito:
sou tudo aquilo que vi

segunda-feira, 20 de junho de 2011

II

No teu corpo,
entre os lábios e os lábios
um caminho tentador
de cumes e curvas que minha boca insiste em toda noite percorrer.
I

Sou só um vagabundo,
filho da noite vagando pelo mundo.
A procura de sei lá o que,
vagando assim perdido
encontrei você.

E quanto mais te encontro
mais me perco,
e quando me perco só o que encontro é você.

Não sei se fico ou se corro
se grito ou se morro
no fim da noite só uma estrela a perseguir :
aquela que leva a ti.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Te amo,
como quem ama a estrela
distante e impossível
um lindo brilho inatingível.

Te quero,
não resisto ao desejo,
como o vicio ao viciado,
me sinto enfeitiçado
cada vez que te vejo.

Te gosto,
por ti tenho enorme carinho
assim como tem a arvore
ao seu amigo passarinho.

Mas entre gostar e amar e querer
existe um mar de lágrimas e sorrisos e historias.
entre todas vocês, existem varios eus.

terça-feira, 22 de março de 2011

Não acreditem no que diz a tv.
Não confie naquilo que você vê.
Não siga a cartilha .
A realidade é de mentira.